PARA
ANGOLA SEGUIR O CAMINHO DOS BRICS
Por:
Belarmino Belarmino Van-Dúnem
O
conceito de BRICs foi usado, pela primeira vez pelo economista Jim O´Neeill,
investigador do Banco Goldman Sachs, num dos seus estudos em 2001, com o tema
"Construção de uma Melhor Economia Global BRICs", a atenção foi no
sentido de um potencial domínio económico dos BRICs no futuro, tendo em conta
as caractéristicas internas, não só de recursos, mas também do ponto de vista
demográfico.
O
grupo foi criado em 2006 tendo como fundadores o Brasil, a Rússia, a Índia e a
China. Os três continentes estavam representados, nomeadamente a Ásia, Europa e
América Latina. Mas faltava um representante do continente africano. A África
do Sul participava noutro grupo com a mesma essência. O Grupo IBAS (Índia,
Brasil & South Africa, o objectivo era criar sinergias para um melhor
aproveitamento das potencialidades internas e conquistar as mais-valias
existentes no exterior com o apoio de parceiros regionais almejando um comércio
internacional mais justo.
O
Brasil e a India já estavam integrados no BRICs, não foi difícil convencer a Rússia
e a China da necessidade de colocar no grupo a África do Sul porque para além
de representar o continente africano no fórum é o país mais industrializado de
África e com uma diplomacia económica assinalável, desde a exportação de
produtos acabados, influência política até a participação em missões de paz com
efectivos militares.
Os
BRICS são importantes porque juntos “ocupam 26 por cento da área total da
terra, reúnem 43 por cento da população mundial e respondem por 23 por cento do
PIB mundial”. As economias nacionais têm conhecido um crescimento contínuo, com
algumas excepções. Mas o mais interessante são as projecções de várias
organizações internacionais que predizem um domínio dos BRICS ao nível mundial
do ponto de vista económico até 2050: China US$ 58,499 trilhões; India US$ 44,
128 trilhões; Brasil US$ 7, 540 trilhões.
É
necessário fazer referência que alguns países que dominam a economia mundial na
actualidade continuarão no top 10, nomeadamente os EUA US$ 34,103 trilhões; a
Alemanha US$ 6,779 trilhões e; Reino Unido com US$ 5, 369 trihões.
Caso
se pense integrar outros países para que o BRICS seja determinante económica e
politicamente no futuro deve-se ter em conta Estados com grandes
potencialidades económicas, mas sem projecção política internacional suficiente
actualmente, entre os quais destacam-se a Indonésia com US$ 10, 502 trihões; o
México com US$ 6, 863 e; o Japão com US$ 6, 779 trilhões;
O
Presidente João Lourenço esteve presente na qualidade de convidado na reunião
do BRICS na África do Sul em 2018 e manifestou o interesse em integrar Angola
no grupo, intenção partilhada pelo anfitrião do encontro, Cyril Ramaphosa
Presidente da Africa do Sul.
Não
há dúvidas que países como o México, Indonésia e até o Japão estejam
interessados em fazer parte de grupos com o foco dos BRICS. No entanto não
passa despercebido que até 2050, segundo essa projecção, nenhum Estado africano
estará no top 10 da economia mundial, no entanto com excepção da África do Sul
os BRIC estarão entre as dez primeiras economias em 2050.
Há
uma grande espectativa relativamente a África do Sul que irá albergar o Banco
do BRICS e grande parte dos investimentos do Grupo. Actualmente é o país que
mais investe na educação, tanto ao nível do continente africano como comparando
com os restantes membros do grupo BRICS.
Angola
deverá fazer o mesmo, investir na educação, na investigação e capitalizar os
técnicos existentes no país. Os países que integram o grupo BRICS têm dimensão
económica assinável portanto, para pertencer a esse grupo é necessário ter
ambições económicas reais com uma aposta clara na produção, na inovação e nas
novas tecnologias, na industrialização e na potencialização dos empresários
nacionais, numa complementaridade entre os grandes industriais e as medias e
pequenas empresas.
A
Projecção geopolítica de Angola na África Austral e Central, nas regiões do
Golfo da Guiné; dos Grandes Lagos; PALOP; CPLP; Zona de Livre Comércio
Continental e demais acordos comerciais internacionais, conjugando com as
potencialidades naturais internas em termos de acesso ao mar, lagos e rios,
existência de terras aráveis, minérios, madeira e outros recursos. a existência
de recursos humanos altamente qualificados é chave, esse é o caminho!
Sem comentários:
Enviar um comentário