quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O NATAL JÁ COMEÇOU NA VENEZUELA!

Por: Belarmino Van-Dúnem

O Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, é conhecido pelo fanatismo que tem pelo seu antecessor Hugo Chaves. O actual Presidente tem manifestado a sua admiração e gratidão por Hugo Chaves do qual foi vice-presidente. Mas a polêmica por causa do modo como o tem feito e acentuada.

É do conhecimento público o espírito anti-americano de Hugo Chaves, mas o antigo presidente também é conhecido pela forma peculiar de governar, tendo tentado fazer da Venezuela a Suíça da América Latina. Mas a tentativa para chegar a comunidade comunista foi feita com medidas administrativas e econômicas que levaram o país a banca rota.

As medidas contra o mercado valeram à Hugo Chaves a alcunha de inimigo numero 1 do sistema neo-liberal nos tempos modernos. Havia um sistema quase espiritual entre os seguidores de Chaves, tanto era assim que após a sua morte várias têm sido as histórias sobre a sua aparição, alguns já o chamam de Santo Chaves. 

Durante a campanha eleitoral o actual Presidente, Nicolas Maduro, partilhou a sua experiência, tendo afirmado que um passarinho bonito rodou três vezes pela cabeça dele e que naquele momento sentiu a presença de Hugo Chaves, " o passarinho era bonito, senti-me confortado" concluiu o Presidente. 

Este ano o Presidente Nicolas Maduro surpreendeu a todos com mais duas medidas. Perante a crise económica e financeira que o país atravessa, o Natal foi antecipado, portanto neste momento a festa comemorativa do nascimento de Cristo já começou na Venezuela, tal como foi estabelecido por decreto presidencial, resta saber qual é a posição da igreja cristã, aliás a Venezuela é um país de maioria cristã.

A segunda medida, não menos polêmica, foi a criação do "vice-ministério para suprema felicidade do povo". Não é apenas a abrangência e o conteúdo do ministério que é um mistério, mas também a pertinência do ministério com tal finalidade num país que enfrenta uma crise económica e que os bens de primeira necessidade são cada vez mais difíceis de se encontrar nas lojas. 

A suprema felicidade do povo não pode ser alcançada pelo trabalho de um ministério, mas pela acção coordenada de todas as instituições públicas. O reforço da eficiência e eficácia do sector público é essencial para a resolução dos problemas da população. A saúde e a educação, passando pela segurança e saneamento básico devem ser garantidas pelo Estado. É necessário contar com as parcerias do sector privado para haja competitividade na indústria, na agricultura e no equilíbrio da balança comercial. Se o Estado tentar monopolizar todas as actividades sociais e econômicas o povo nunca terá felicidade e muito menos a suprema felicidade. 

Alguma coisa vai mal, primeiro o natal não depende do Estado é uma data religiosa, segundo a suprema felicidade do povo nunca poderá ser alcançada, até porque a felicidade e relativa e o povo um conceito abstracto.

Sem comentários: