O Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, é conhecido pelo fanatismo que tem pelo seu antecessor Hugo Chaves. O actual Presidente tem manifestado a sua admiração e gratidão por Hugo Chaves do qual foi vice-presidente. Mas a polêmica por causa do modo como o tem feito e acentuada.
É do
conhecimento público o espírito anti-americano de Hugo Chaves, mas o antigo
presidente também é conhecido pela forma peculiar de governar, tendo tentado
fazer da Venezuela a Suíça da América Latina. Mas a tentativa para chegar a
comunidade comunista foi feita com medidas administrativas e econômicas que levaram
o país a banca rota.
As
medidas contra o mercado valeram à Hugo Chaves a alcunha de inimigo numero 1 do
sistema neo-liberal nos tempos modernos. Havia um sistema quase espiritual
entre os seguidores de Chaves, tanto era assim que após a sua morte várias têm
sido as histórias sobre a sua aparição, alguns já o chamam de Santo Chaves.
Durante
a campanha eleitoral o actual Presidente, Nicolas Maduro, partilhou a sua
experiência, tendo afirmado que um passarinho bonito rodou três vezes pela
cabeça dele e que naquele momento sentiu a presença de Hugo Chaves, " o
passarinho era bonito, senti-me confortado" concluiu o Presidente.
Este
ano o Presidente Nicolas Maduro surpreendeu a todos com mais duas medidas.
Perante a crise económica e financeira que o país atravessa, o Natal foi
antecipado, portanto neste momento a festa comemorativa do nascimento de Cristo
já começou na Venezuela, tal como foi estabelecido por decreto presidencial,
resta saber qual é a posição da igreja cristã, aliás a Venezuela é um país de
maioria cristã.
A
segunda medida, não menos polêmica, foi a criação do "vice-ministério para
suprema felicidade do povo". Não é apenas a abrangência e o conteúdo do
ministério que é um mistério, mas também a pertinência do ministério com tal
finalidade num país que enfrenta uma crise económica e que os bens de primeira
necessidade são cada vez mais difíceis de se encontrar nas lojas.
A
suprema felicidade do povo não pode ser alcançada pelo trabalho de um
ministério, mas pela acção coordenada de todas as instituições públicas. O
reforço da eficiência e eficácia do sector público é essencial para a resolução
dos problemas da população. A saúde e a educação, passando pela segurança e
saneamento básico devem ser garantidas pelo Estado. É necessário contar com as
parcerias do sector privado para haja competitividade na indústria, na
agricultura e no equilíbrio da balança comercial. Se o Estado tentar
monopolizar todas as actividades sociais e econômicas o povo nunca terá
felicidade e muito menos a suprema felicidade.
Alguma
coisa vai mal, primeiro o natal não depende do Estado é uma data religiosa,
segundo a suprema felicidade do povo nunca poderá ser alcançada, até porque a
felicidade e relativa e o povo um conceito abstracto.
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