Por: Belarmino Van-Dúnem
As teorias do
desenvolvimento estão a ser contrariadas pelos factos. Desde o século XVIII que
a humanidade foi induzida pelo pensamento de um pequeno número de pensadores
europeus. A industrialização passou a ser sinónimo de desenvolvimento e de
bem-estar.
Mas os factos começaram
logo a rebelar-se contra essa concepção. Marx, Engels e outros teóricos
procuram contrariar a tendência do capitalismo selvagem, mas foram vencidos
pela força dos capitalistas que usou todo o tipo de estratégias para
desacreditar aqueles que defendiam o bem-estar social.
A maioria dos cidadãos
ficou reduzida a si própria. Os cidadãos, na maior parte dos casos, leva na
bagagem a prole de filhos e a sua força de trabalho. Os benefícios sociais e o
direito à um emprego digno com salário justo começaram a ser questionados pelo
patronato. A intervenção do Estado ficou reduzida a viabilização dos negócios e
na assunção das responsabilidades relativas aos sectores que não geram
rendimento tal como a segurança, ensino e saúde para os mais desfavorecidos.
Os sectores que geram
rendimento são privatizados a favor de corporações bem definidas. O
corporativismo económico sem inclusão passou a ser regra. Mas o jogo do poder
com base na rotatividade e na alternância do poder, conjugado com a obrigatoriedade
de consulta ao povo, levaram os políticos a assumir compromissos sociais que há
muito se sabia que eram insustentáveis na forma como estão a ser ministrados.
No auge do capitalismo
durante o século XX, só se falava na possibilidade da revolução dos excluídos
(visionários, mendigos, prostitutas, gays, ambientalistas, naturalistas e
outros). O pan – economicismo contraria o princípio da equidade, se adequa a
liberdade mas esquece a igualdade.
O cenário de uma
sociedade idílica, onde quem não trabalha tem rendimentos, foi desmascarada
pela crise que a Europa atravessa actualmente. A conciliação entre a política
do betão, que promove o emprego de massas de forma sazonal está em decadência.
Portugal e a Grécia são os exemplos acabados.
A solução para sair da
crise tem sido arrojada, contra tudo que se pode imaginar, o governo português
deliberou que deve cobrar tudo, inclusive 3,4 por cento das gorjetas. O povo
tem que pagar ao Estado até o que não tem, talvez se esteja a pensar em
estender a cobrança de uma taxa sobre a esmola.
Há necessidade de se
reflectir muito mais sobre as formas de desenvolvimento aplicáveis a cada
sociedade em particular. Portanto, não obriguem as outras nações a seguir algo
que está errado, cujas consequências são extremamente prejudiciais para os
cidadãos em geral.
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