ENSINO TÉCNICO/PROFISSIONAL: GOVERNO ACERTA NO ALVO
Por: Belarmino Van-Dúnem
O governo através dos Ministros da Educação e da Administração do Território anunciou que a expansão do ensino técnico/profissional será um dos principais objectivos dos respectivos ministérios.
O Ministério da Educação vai apostar na criação de escolas polivalentes. Esta é a direcção mais profícua para a realidade angolana por duas razões:
Primeiro é que as escolas polivalentes têm duas opções: uma via técnica em que o aluno opta por uma área de formação logo no principio do seu endereço; e uma via geral em que o aluno tem um ou dois anos para optar por área especifica de formação.
Segundo, as escolas polivalentes permitem ao estudante fazer o seu percurso académico com certeza de encontrar um enquadramento no mercado de trabalho porque os cursos ministrados nessas escolas devem ser proporcionais as necessidades do país. Portanto, só há formação numa área quando os diagnósticos apontarem para existência de carências de técnicos a nível nacional.
O Ministério da Administração do território aposta na abertura de centros de formação em todos os cantos do país, possibilitando aos habitantes dos recantos mais remotos de Angola fazerem uma formação sem necessidade de se deslocarem aos centros urbanos com todas as dificuldades que este acto acarreta.
Essas iniciativas são de louvar. Angola carece de técnicos básicos e não é justo que as empresas de construção civil importem pedreiros, canalizadores, carpinteiros e mestres de obra ou que as empresas petrolíferas continuem a importar soldadores, electricistas, mecânicos etc. Alias, na área dos petróleos os trabalhadores angolanos não chegam a 1 por cento.
A aposta no ensino técnico/profissional pode mudar esse cenário porque as leis vigentes em Angola estão bem elaboradas no sentido de dar primazia aos angolanos em todas as áreas económicas/administrativas.
Apesar de ser uma politica pragmática, o ensino técnico não significa vetar a possibilidade do aluno fazer uma licenciatura ou doutoramento, mas simplesmente estará preparado para entrar no mercado de trabalho em dois ou três anos, mas se tiver possibilidade de continuar os seus estudos pode faze-lo e com maior probabilidade de sucesso porque já tem todos os conhecimentos básicos da área.
Chama-se atenção para a componente da orientação vocacional. O aluno deve ser orientado para a área onde demonstra mais aptidão, dom, capacidade e, sobretudo, nas áreas onde há carência no país. Embora o aluno tenha o direito de escolher o que quer ser.
Num país em reconstrução a educação deve ser o parente mais próximo do governo e o ensino técnico a componente mais forte da educação para dar ao cidadão a sua autonomia.
Dar uma profissão ao cidadão é a melhor forma de combater o desemprego, a delinquência, a exclusão social e a pobreza de forma geral. Mas também promove a igualdade de género e a mobilidade social porque a expansão do ensino com garantias de inserção no mercado de trabalho promove o bem-estar familiar e dá prestigio à quem executa a tarefa. Caso para dizer que o governo acertou no alvo.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
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