Desafios para Política Externa de Angola em 2009
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Por: Belarmino Van-Dúnem*
Nos últimos anos, Angola tem clarificado as suas opções no que respeita a Política Externa, tanto ao nível regional, continental e mundial de forma geral. No ano de 2008, o MPLA propôs uma Agenda Nacional de Consenso que teve um impacto incontornável para a compreensão da Política Externa Nacional, pela primeira vez na história pós-independência de Angola, os investigadores, Professores Universitários, estudantes e todos os interessados pela área de relações internacionais obtiveram um documento público sobre as opções da política externa nacional.
No que respeita à integração económica regional, Angola continua a apostar na África Austral através da SADC e na África Central, participando no processo via CEEAC. Este constitui, no meu ponto de vista, o primeiro desafio que o Ministro Assunção dos Anjos irá enfrentar nos fóruns continentais porque a dupla filiação está proibida pela União Africana desde 2007. Sem desprimor para nenhuma delas, ambas são estratégicas para Angola, a primeira por integrar Estados com vantagens comparativas e competitivas (África do Sul e Botsuana por exemplo) e pelos avanços inquestionáveis no processo de integração económica, tendo mesmo declarado a Zona de Comércio Livre regional em Agosto de 2008, mas que Angola não aderiu por razões internas como o processo de reconstrução Nacional. A CEEAC também integra Estados estratégicos para Angola, sobretudo do ponto de vista da segurança e das potencialidades que o mercado daquela região oferece, com especial destaque para RDC que é o verdadeiro Gigante adormecido da região, tanto Austral como Central.
Só um estudo aprofundado poderá elucidar a melhor saída para o país, mas uma concertação com outros Estados para que se tome uma decisão comum não é de se descorar. Esta complexidade não se põe nas acções extras-regionais no continente. Angola tem que consolidar a sua imagem enquanto parceiro para a estabilidade e segurança, mas precisa de aliar as acções político/militares com planos de cooperação económica, cultural e social, ou seja, os famosos “Post-intervention plan”.
O reforço do pessoal nas embaixadas deve ser visto como um factor determinante para a eficiência e eficácia da política externa nacional. Para além do pessoal de carreira diplomática é necessário recorrer aos tecnocratas nacionais e estrangeiros para gizar a estratégia para cada Estado, região e continente. Ainda no continente africano, Angola aposta no reforço da cooperação nos PALOP e no Golfo da Guiné.
No que concerne as relações fora do continente, o maior desafio é a gestão política, económica, cultural e social (de modo geral) da cooperação com a China. Este Estado é um parceiro indispensável para o desenvolvimento de qualquer país em via de desenvolvimento e uma lufada de ar fresco para os Estados Ocidentais cujas economias têm conhecido uma recessão sem precedentes. Mas as consequências culturais, sociais e até políticas, à longo- prazo, devem ser bem acauteladas.
As actividades da Banca nacional, dominada pelos Bancos portugueses também deverão merecer uma análise estratégica profunda, porque constitui mau sinal a Banca portuguesa estar tecnicamente falida, mas constituir o principal parceiro nacional. Não é uma posição muito confortável servir de bomba injectora para Estados terceiros, a não ser que acções levadas a cabo pela SONAGOL em 2008 sejam alargadas com capital privado nacional.
A interacção com a diáspora nacional deve fazer parte da estratégia da Política Externa do Estado porque é necessário uma integração com angolanos residentes no estrangeiro para processo de desenvolvimento de Angola. A imagem que os cidadãos nacionais passarem poderá ser determinante para incentivar o investimento directo estrangeiro; a simpatia cultural e social e a viabilização de parcerias público/privadas, sem esquecer o respeito pelas instituições nacionais. Por outro lado, o debate “on line” deve ser reforçado porque é através de Sites como Angonoticias; Club K; Correiro Digital; Noticias de Angola e outros que se sente a força e a dedicação dos angolanos na diáspora com relação ao seu país natal.
*Professor Universitário
Nos últimos anos, Angola tem clarificado as suas opções no que respeita a Política Externa, tanto ao nível regional, continental e mundial de forma geral. No ano de 2008, o MPLA propôs uma Agenda Nacional de Consenso que teve um impacto incontornável para a compreensão da Política Externa Nacional, pela primeira vez na história pós-independência de Angola, os investigadores, Professores Universitários, estudantes e todos os interessados pela área de relações internacionais obtiveram um documento público sobre as opções da política externa nacional.
No que respeita à integração económica regional, Angola continua a apostar na África Austral através da SADC e na África Central, participando no processo via CEEAC. Este constitui, no meu ponto de vista, o primeiro desafio que o Ministro Assunção dos Anjos irá enfrentar nos fóruns continentais porque a dupla filiação está proibida pela União Africana desde 2007. Sem desprimor para nenhuma delas, ambas são estratégicas para Angola, a primeira por integrar Estados com vantagens comparativas e competitivas (África do Sul e Botsuana por exemplo) e pelos avanços inquestionáveis no processo de integração económica, tendo mesmo declarado a Zona de Comércio Livre regional em Agosto de 2008, mas que Angola não aderiu por razões internas como o processo de reconstrução Nacional. A CEEAC também integra Estados estratégicos para Angola, sobretudo do ponto de vista da segurança e das potencialidades que o mercado daquela região oferece, com especial destaque para RDC que é o verdadeiro Gigante adormecido da região, tanto Austral como Central.
Só um estudo aprofundado poderá elucidar a melhor saída para o país, mas uma concertação com outros Estados para que se tome uma decisão comum não é de se descorar. Esta complexidade não se põe nas acções extras-regionais no continente. Angola tem que consolidar a sua imagem enquanto parceiro para a estabilidade e segurança, mas precisa de aliar as acções político/militares com planos de cooperação económica, cultural e social, ou seja, os famosos “Post-intervention plan”.
O reforço do pessoal nas embaixadas deve ser visto como um factor determinante para a eficiência e eficácia da política externa nacional. Para além do pessoal de carreira diplomática é necessário recorrer aos tecnocratas nacionais e estrangeiros para gizar a estratégia para cada Estado, região e continente. Ainda no continente africano, Angola aposta no reforço da cooperação nos PALOP e no Golfo da Guiné.
No que concerne as relações fora do continente, o maior desafio é a gestão política, económica, cultural e social (de modo geral) da cooperação com a China. Este Estado é um parceiro indispensável para o desenvolvimento de qualquer país em via de desenvolvimento e uma lufada de ar fresco para os Estados Ocidentais cujas economias têm conhecido uma recessão sem precedentes. Mas as consequências culturais, sociais e até políticas, à longo- prazo, devem ser bem acauteladas.
As actividades da Banca nacional, dominada pelos Bancos portugueses também deverão merecer uma análise estratégica profunda, porque constitui mau sinal a Banca portuguesa estar tecnicamente falida, mas constituir o principal parceiro nacional. Não é uma posição muito confortável servir de bomba injectora para Estados terceiros, a não ser que acções levadas a cabo pela SONAGOL em 2008 sejam alargadas com capital privado nacional.
A interacção com a diáspora nacional deve fazer parte da estratégia da Política Externa do Estado porque é necessário uma integração com angolanos residentes no estrangeiro para processo de desenvolvimento de Angola. A imagem que os cidadãos nacionais passarem poderá ser determinante para incentivar o investimento directo estrangeiro; a simpatia cultural e social e a viabilização de parcerias público/privadas, sem esquecer o respeito pelas instituições nacionais. Por outro lado, o debate “on line” deve ser reforçado porque é através de Sites como Angonoticias; Club K; Correiro Digital; Noticias de Angola e outros que se sente a força e a dedicação dos angolanos na diáspora com relação ao seu país natal.
*Professor Universitário
2 comentários:
Dr. Belarmino, "gosto dos seus comentários acerca da politica mundial". Por isto faço as seguintes perguntas:
Que benefício angola terá com presidencia do golfo da guiné no contexto geopolítico e económico?
Será que posição de Angola ocupa no golfo da guiné influenciou na vinda de grandes personalidades políticas?
Nos proximos anos angola será considerado um campo de batalha das grandes economias mundias,tendo enconta a influéncia que goza nas duas regiões? (Centro-Austral)
Que benefícios Angola terá com a presidência do golfo da guiné?
Será que a posição que Angola ocupa no Golfo da Guiné influêciou a vinda de grandes personalidades políticas?
Nos proximos anos Angola será considerada um campo de disputa das grandes economias mundias, tendo em conta a influêcia que goza na região Sub-Sariana?
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